Igreja Assembléia de Deus Nova Aliança: maio 2016

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Como deveria ser a relação entre cristãos tradicionais e pentecostais?

Tenho um enorme carinho pelos irmãos das igrejas protestantes tradicionais, sejam eles da Convenção Batista Brasileira (CBB), Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), Igreja Presbiteriana Independente (IPI), Igreja Metodista do Brasil (IMB), etc. E, da mesma forma, a maior parte dos pentecostais que conheço, sejam eles acadêmicos ou pessoas simples, nutrem o mesmo respeito.

É cada vez mais comum na minha denominação, especialmente nas maiores congregações, o convite aos pregadores de igrejas tradicionais para ministrarem em nossos púlpitos. O reverendo Hernandes Dias Lopes, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), por exemplo, é figura carimbada em muitos eventos das Assembleias de Deus. Mas não só ele. Eu mesmo já ouvi outros nomes como Russell Shedd, Augustus Nicodemus, Luiz Sayão etc. em igrejas pentecostais. Infelizmente, o contrário não é verdadeiro. Raramente um pastor pentecostal prega em púlpitos tradicionais, especialmente de igrejas calvinistas, e as exceções, normalmente, são de pentecostais calvinistas. Isso é por que temos poucos pregadores bons? Evidente que não. Há inúmeros pregadores e ensinadores pentecostais que são homens comprometidos com a boa interpretação das Escrituras. E eventos teológicos de igrejas tradicionais? É mais fácil ver um palestrante católico do que pentecostal, por exemplo.

Será que apenas nós, como pentecostais, temos que aprender e ouvir? Reconheço na teoria e na prática que os tradicionais são ótimos professores. Eu mesmo tenho muito deles como as maiores referências na teologia. Mas, calma lá, e os tradicionais? Nada podem aprender conosco? Essa “interação” é uma via de mão única? Alguns podem alegar que faltam bons acadêmicos nos meios pentecostais. E eu pergunto: no meio tradicional é assim tão diferente? Ou a carência acadêmica é fruto de nossa cultura pouca afeita à leitura?

Por que a interação é deficiente?

1. Em parte porque muitos tradicionais, até hoje, ainda debatem se os pentecostais podem ser considerados “irmãos em Cristo”. Isso mesmo, em pleno ano de 2016 há tradicionais, especialmente de igrejas calvinistas, travando esse debate infértil, prepotente e infantil.

2. Preconceito. O conceito antecipado que se é pentecostal não há qualidade exegética reflete a mentalidade de muitos tradicionais. Até o tom como discordam de doutrinas pentecostais como a glossolalia, por exemplo, envolve o deboche e não há a assertividade de uma argumentação. Ignoram completamente os trabalhos acadêmicos sobre o assunto e focam nas manifestações populares. 
3. Muitos tradicionais precisam reconhecer que não somos apenas um movimento, no sentido sociológico do termo, mas também uma teologia. E como teologia já há solidez. Ninguém que conheça a teologia pentecostal a fundo, especialmente manifestada em autores contemporâneos como Robert Menzies e Roger J. Stronstad pode desprezar a importância da mesma. Considerar não é concordar, mas respeitar como um par a ser ouvido. 
4. Há alguns pentecostais que também não ajudam na interação. Seja porque nutrem um sectarismo semelhante aos grupos reformados seja porque não valorizam a riqueza da tradição cristã anterior e posterior ao Avivamento de Azuza.

Conclusão


Escrevo isso não porque os pentecostais necessitam da reafirmação dos tradicionais para se sentirem gente. Não, nada disso. Escrevo isso porque a verdadeira unidade e interação entre as diversas tradições cristãs só nos enriquecem como Igreja do Nosso Senhor Jesus Cristo. O fundamentalismo sectário é um atraso para a Igreja Evangélica e, ao tentar defender a ortodoxia, os sectários matam a essência da comunhão e confundem o próprio pensamento como doutrina essencial da fé, ou seja, uma verdadeira usurpação da doutrina. 

Fonte: http://www.teologiapentecostal.com
Por: Gutierres Fernandes Siqueira

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Sacerdócio Real do Crente


Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;
Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia.
1 Pedro 2:9,10



Os sacerdotes do Antigo Testamento eram escolhidos por Deus; eles não escolhiam a si mesmos; e eram escolhidos para um propósito: servir a Deus com suas vidas oferecendo sacrifícios. O sacerdócio servia como uma alegoria ou “símbolo de algo por vir”, referindo-se ao ministério vindouro de Jesus Cristo... uma representação que não mais foi necessária uma vez que Seu sacrifício na cruz (o de Jesus Cristo) estava completado. Quando o grosso véu do templo, que cobria a entrada do Santo dos Santos, por Deus foi rasgado em dois no momento da morte de Cristo (Mateus 27:51), Deus estava indicando que o sacerdócio do Antigo Testamento não mais se fazia necessário. Agora, as pessoas poderiam vir diretamente a Deus através do grande sumo sacerdote, Jesus Cristo.Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.(
Hebreus 4:14-16)
E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão (Marcos 16:15-18).
O segundo aspecto do sacerdócio do crente é que nós fomos escolhidos para um propósito: para oferecermos sacrifícios espirituais (veja Hebreus 13:15-16, por exemplo), e para proclamarmos os louvores Daquele que nos chamou das trevas para Sua maravilhosa luz. Então, pela vida (Pedro 2:5; Tito 2:11-14; Efésios 2:10) e pela palavra (1 Peter 2:9; 3:15), nosso propósito é servir a Deus. Assim como o corpo de crente é templo do Espírito Santo (I Coríntios 6:19-20), também Deus nos chamou para servi-Lo do nosso coração primeiramente oferecendo nossas vidas como sacrifícios vivos (Romanos 12:1-2). Um dia estaremos servindo a Deus na eternidade (Apocalipse 22:3-4), mas não em qualquer templo, pois “o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Apocalipse 21:22). Assim como o sacerdócio do Velho Testamento deveria ser livre de corrupção, como simbolizado por ser cerimonialmente limpo, também Cristo nos colocou na posição de santos perante o Pai. Ele nos chama a viver vidas santas para que possamos ser também um “sacerdócio santo” (I Pedro 2:5).
Resumindo, os crentes são chamados “reis e sacerdotes” e um “sacerdócio real” como reflexo de sua posição privilegiada de herdeiros do reino do Todo Poderoso Deus e do Cordeiro. Por causa desta proximidade privilegiada com Deus, nenhum outro mediador se faz necessário. Segundo, crentes são chamados sacerdotes porque a salvação não é meramente um “seguro contra incêndio” para escaparmos do inferno. Antes, os crentes são chamados por Deus para servi-Lo ao oferecer sacrifícios espirituais, ou seja, sendo pessoas zelosas por boas obras. Como sacerdotes do Deus vivo, devemos todos dar louvores Àquele que nos deu o grande dom do sacrifício de Seu Filho em nosso lugar, e em resposta, devemos dividir esta maravilhosa graça com outros.
Não mais há, agora, qualquer mediador terreno entre Deus e o homem, como existia no sacerdócio do Velho Testamento, Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (1 Timóteo 2:5).

Cristo, nosso sumo sacerdote, já fez o único sacrifício pelo pecado, de uma vez por todas (Hebreus 10:12), e não há mais qualquer sacrifício pelos pecados que possa ser feito (Hebreus 10:26). Mas como os sacerdotes no passado ofereciam outros tipos de sacrifícios no templo, fica então claro, vendo I Pedro 2:5,9, que Deus escolheu os cristãos para “para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Pedro 2:5-9 fala de dois aspectos do sacerdócio do crente.
 O primeiro é que os crentes são privilegiados. Ser escolhido por Deus para ser um sacerdote era um privilégio, no Antigo Testamento somente alguns da Tribo de Leví,chegava a ser Sacerdote, mas nesta dispensação todos os crentes foram escolhidos por Deus: “a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (verso 9). No tabernáculo e no Templo, havia lugares onde somente os sacerdotes tinham acesso. Dentro do Santo dos Santos, atrás de um grosso véu, somente o Sumo sacerdote tinha acesso, e isto, somente uma vez ao ano, no Dia da Expiação, quando ele fazia um oferecimento em favor dos pecados de todo o povo. Mas como mencionado acima, por causa da morte de Jesus Cristo na cruz do Calvário, todos os crentes agora têm direto acesso ao trono de Deus através de Jesus Cristo, nosso grande sumo sacerdote (Hebreus 4:14-16). Que privilégio sermos capazes de ter acesso ao trono de Deus, diretamente, e não através de qualquer sacerdote terreno. 
Quando Cristo voltar e a Nova Jerusalém vier à terra (Apocalipse 21), os crentes verão a Deus face a face e lá o servirão (Apocalipse 22:3-4). Mais uma vez, que privilégio, especialmente para nós, que outrora éramos “não um povo”... “sem esperanças”... destinados à destruição por causa de nosso pecado.

Como sacerdotes deste Novo Testamento,temos algumas obrigações referente ao Reino de Deus como levar a sua Palavras para as ovelhas do Senhor que estão distante do Seu aprisco.
 Pois, se sou sacerdote real, apresento a Deus ao povo, e o povo a Deus. Ou seja, levo a revelação dos mistérios de Deus às pessoas, e as apresento diante de Deus. Em outras palavras sou responsável direto pelo evangelismo e discipulado das pessoas com as quais convivo. Não preciso e nem necessito esperar pela autorização do pastor, presbítero ou qualquer outro líder. Jesus, nosso Senhor já nos deu esta ordem, autoridade e capacitação, E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.