Tenho um
enorme carinho pelos irmãos das igrejas protestantes tradicionais, sejam eles
da Convenção Batista Brasileira (CBB), Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB),
Igreja Presbiteriana Independente (IPI), Igreja Metodista do Brasil (IMB), etc.
E, da mesma forma, a maior parte dos pentecostais que conheço, sejam eles
acadêmicos ou pessoas simples, nutrem o mesmo respeito.
É cada vez mais comum na minha
denominação, especialmente nas maiores congregações, o convite aos pregadores
de igrejas tradicionais para ministrarem em nossos púlpitos. O reverendo
Hernandes Dias Lopes, ministro da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB), por
exemplo, é figura carimbada em muitos eventos das Assembleias de Deus. Mas não
só ele. Eu mesmo já ouvi outros nomes como Russell Shedd, Augustus Nicodemus,
Luiz Sayão etc. em igrejas pentecostais. Infelizmente, o contrário não é
verdadeiro. Raramente um pastor pentecostal prega em púlpitos tradicionais,
especialmente de igrejas calvinistas, e as exceções, normalmente, são de
pentecostais calvinistas. Isso é por que temos poucos pregadores bons? Evidente
que não. Há inúmeros pregadores e ensinadores pentecostais que são homens
comprometidos com a boa interpretação das Escrituras. E eventos teológicos de
igrejas tradicionais? É mais fácil ver um palestrante católico do que
pentecostal, por exemplo.
Será que
apenas nós, como pentecostais, temos que aprender e ouvir? Reconheço na teoria
e na prática que os tradicionais são ótimos professores. Eu mesmo tenho muito
deles como as maiores referências na teologia. Mas, calma lá, e os
tradicionais? Nada podem aprender conosco? Essa “interação” é uma via de mão
única? Alguns podem alegar que faltam bons acadêmicos nos meios pentecostais. E
eu pergunto: no meio tradicional é assim tão diferente? Ou a carência acadêmica
é fruto de nossa cultura pouca afeita à leitura?
Por que a interação é deficiente?
1. Em parte porque muitos
tradicionais, até hoje, ainda debatem se os pentecostais podem ser considerados
“irmãos em Cristo”. Isso mesmo, em pleno ano de 2016 há tradicionais,
especialmente de igrejas calvinistas, travando esse debate infértil, prepotente
e infantil.
2. Preconceito. O conceito antecipado que se é pentecostal não há qualidade exegética reflete a mentalidade de muitos tradicionais. Até o tom como discordam de doutrinas pentecostais como a glossolalia, por exemplo, envolve o deboche e não há a assertividade de uma argumentação. Ignoram completamente os trabalhos acadêmicos sobre o assunto e focam nas manifestações populares.
2. Preconceito. O conceito antecipado que se é pentecostal não há qualidade exegética reflete a mentalidade de muitos tradicionais. Até o tom como discordam de doutrinas pentecostais como a glossolalia, por exemplo, envolve o deboche e não há a assertividade de uma argumentação. Ignoram completamente os trabalhos acadêmicos sobre o assunto e focam nas manifestações populares.
3. Muitos tradicionais precisam
reconhecer que não somos apenas um movimento, no sentido sociológico do termo,
mas também uma teologia. E como teologia já há solidez. Ninguém que conheça a
teologia pentecostal a fundo, especialmente manifestada em autores
contemporâneos como Robert Menzies e Roger J. Stronstad pode desprezar a importância
da mesma. Considerar não é concordar, mas respeitar como um par a ser
ouvido.
4. Há alguns pentecostais que
também não ajudam na interação. Seja porque nutrem um sectarismo semelhante aos
grupos reformados seja porque não valorizam a riqueza da tradição cristã
anterior e posterior ao Avivamento de Azuza.
Conclusão
Escrevo
isso não porque os pentecostais necessitam da reafirmação dos tradicionais para
se sentirem gente. Não, nada disso. Escrevo isso porque a verdadeira unidade e
interação entre as diversas tradições cristãs só nos enriquecem como Igreja do
Nosso Senhor Jesus Cristo. O fundamentalismo sectário é um atraso para a Igreja
Evangélica e, ao tentar defender a ortodoxia, os sectários matam a essência da
comunhão e confundem o próprio pensamento como doutrina essencial da fé, ou
seja, uma verdadeira usurpação da doutrina.
Fonte: http://www.teologiapentecostal.com
Por: Gutierres
Fernandes Siqueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário